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Dá para identificar texto gerado por inteligência artificial?

Com o avanço das tecnologias, surge uma nova questão no cenário da comunicação digital: como saber se um conteúdo foi escrito por uma inteligência artificial?

Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas tema de ficção científica e se tornou uma ferramenta prática e acessível para muitos setores — inclusive a produção de conteúdo. Com plataformas como ChatGPT, Bard e outras IAs generativas, tornou-se possível gerar textos com fluidez e coerência em questão de segundos. Mas essa evolução também levanta uma dúvida importante: é possível identificar quando um texto foi produzido por uma máquina?

Embora os modelos mais modernos de IA sejam cada vez mais sofisticados, alguns padrões ainda podem indicar a autoria artificial de um texto:

  • Estrutura previsível e bem organizada: IAs tendem a seguir uma lógica linear e objetiva, com introdução, desenvolvimento e conclusão muito bem definidos.
  • Repetição de palavras e frases: Apesar de escreverem de forma clara, as IAs podem repetir expressões ou termos com frequência.
  • Falta de profundidade emocional ou pessoal: Os textos gerados por IA costumam ser mais neutros, sem marcas de subjetividade, experiências reais ou opiniões fortes.
  • Excesso de generalizações: As inteligências artificiais costumam recorrer a informações amplas e genéricas, evitando posicionamentos ousados ou interpretações pessoais.
  • Ausência de erros ortográficos ou gramaticais: Embora humanos também possam escrever corretamente, textos muito “limpos” podem levantar suspeitas.

Com o aumento do uso de conteúdo gerado por IA, surgiram também ferramentas que prometem identificar esse tipo de produção. Plataformas como GPTZero, Originality.AI e Content at Scale são alguns exemplos que analisam padrões linguísticos e a “probabilidade” de um texto ter sido gerado por IA. No entanto, esses recursos ainda não são 100% precisos, especialmente com o aprimoramento constante dos modelos.

Para instituições públicas, empresas e ambientes educacionais, identificar textos criados por inteligência artificial é cada vez mais relevante. Processos seletivos, redações em concursos e até propostas de projetos podem ser influenciados pela facilidade de produção automatizada. A grande preocupação é com a autenticidade das ideias, a originalidade do conteúdo e a transparência das informações.

O uso ético da IA, portanto, é o caminho mais indicado. Em vez de ocultar a autoria artificial, muitos profissionais e instituições estão adotando políticas de uso responsável — deixando claro quando há suporte de IA na produção de conteúdos.

Vale destacar que a inteligência artificial não precisa ser encarada como inimiga. Quando bem utilizada, pode ser uma poderosa aliada na organização de ideias, revisão de textos, produção de rascunhos e otimização de processos de comunicação. No entanto, o toque humano — com sua criatividade, experiência e emoção — continua sendo insubstituível em muitas situações.

A identificação de textos gerados por IA ainda é um desafio em evolução. Embora existam indícios e ferramentas que ajudam nessa tarefa, a fronteira entre o humano e o artificial está cada vez mais tênue. Para o IDESG e outras instituições preocupadas com a integridade dos processos seletivos e educacionais, o debate sobre o uso responsável da inteligência artificial é não apenas necessário, mas urgente.