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Por que a Geração Z não quer ser líder?

Composta por pessoas nascidas entre 1990 e 2010, a Geração Z já está começando a ocupar seu espaço no mercado de trabalho e a moldar as dinâmicas de muitas empresas. Esta geração é a primeira a crescer totalmente inserida no ambiente digital e com amplo acesso à internet e às redes sociais, o que influencia diretamente suas expectativas e valores no ambiente profissional. Com um olhar diferente para o futuro, esses jovens enfrentam dificuldades e, em muitos casos, apresentam resistência a cargos de liderança, o que levanta questionamentos sobre o papel dos líderes e o futuro das organizações.

Dificuldades e expectativas da Geração Z no trabalho

Ao entrar no mercado, a Geração Z tem demonstrado um conjunto de valores e preferências distintos dos de gerações anteriores, como os millennials. Entre as principais dificuldades que encontram, estão a adaptação a ambientes de trabalho tradicionalmente hierárquicos e a insatisfação com a ideia de subordinação direta a gestores intermediários. Segundo um estudo da consultoria de recrutamento Robert Walters, 72% dos jovens da Geração Z preferem progredir em um cargo como colaborador individual a assumir uma posição de gestão intermediária.

Os motivos dessa escolha, conforme indica a pesquisa, estão relacionados ao estresse e à pressão que acompanham esses cargos. Para a Geração Z, assumir uma posição que exija liderança sobre outras pessoas significa lidar com uma carga adicional de trabalho e com expectativas de estar “sempre disponível”, algo que muitos julgam não compensador. Lucy Bisset, diretora da Robert Walters, destaca que “os gestores intermediários enfrentam uma pressão constante, com pouco retorno em termos de satisfação”.

Além disso, apenas 16% dos entrevistados afirmaram que se sentem completamente confortáveis em evitar cargos de chefia, enquanto outros 36% consideram que podem ocupar um cargo de gestão futuramente, mas sem entusiasmo. Para muitos desses jovens, o foco está em realizar projetos nos quais possam ter mais autonomia e flexibilidade, valores que priorizam em suas carreiras.

O que a Geração Z valoriza no trabalho?

A Geração Z dá ênfase à autonomia, ao bem-estar mental e à equidade de oportunidades. A experiência com as redes sociais e o ambiente digital desde cedo lhes conferiu uma familiaridade com o empreendedorismo digital, o que reforça sua preferência por trabalhar de forma independente ou até mesmo para si mesmos. Um dado interessante do estudo da Robert Walters aponta que muitos dos jovens da Geração Z aspiram a “ser seus próprios chefes”, ainda que isso não signifique abrir um negócio formal. Em vez disso, procuram caminhos profissionais onde possam expressar sua identidade e estilo pessoal, reservando tempo para desenvolver a própria marca.

Outro aspecto valorizado pela Geração Z é o equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Diferentemente das gerações anteriores, eles evitam longas jornadas e buscam empresas que ofereçam uma carga horária mais flexível e programas de saúde mental. A pesquisa revela que 70% dos entrevistados evitam cargos de gestão por considerarem que esses cargos exigem uma dedicação acima do que estão dispostos a assumir, resultando em níveis elevados de estresse e na sensação de “pouca recompensa” pelo esforço investido.

Por que a Geração Z não quer ser líder?

A relutância em assumir cargos de liderança por parte da Geração Z pode ser atribuída a vários fatores, com destaque para o nível de estresse e as exigências do papel. A pesquisa da Robert Walters revela que 70% dos entrevistados evitam cargos de liderança intermediária porque, além de aumentarem a carga de trabalho, exigem que o gestor esteja sempre disponível para seus subordinados. Essa geração, acostumada a um ritmo de comunicação ágil e global, tende a enxergar cargos de liderança como limitadores de sua liberdade pessoal e profissional.

Outro motivo que afasta a Geração Z da liderança é o desejo de autonomia e a percepção de que cargos de gestão comprometem sua capacidade de se dedicarem aos próprios projetos. Muitos jovens preferem trabalhar em papéis onde possam ser criativos e flexíveis, em vez de serem responsáveis pelo desempenho de uma equipe. Com isso, mostram uma preferência clara por funções que ofereçam mais liberdade de expressão e menos hierarquia formal.

O que esses dados significam para o futuro das empresas?

As preferências da Geração Z apontam para uma possível transformação nos modelos de gestão e estrutura organizacional. Empresas que desejam atrair e reter esses jovens talentos precisam estar preparadas para oferecer flexibilidade, oportunidades de crescimento horizontal e um ambiente que priorize o bem-estar mental. Além disso, é essencial criar estratégias que valorizem o potencial individual e permitam a inovação sem que, necessariamente, os colaboradores precisem assumir responsabilidades de liderança para crescer na carreira.

Dados rápidos sobre a Geração Z no trabalho:

  • 72% preferem cargos de colaboradores a posições de gestão.
  • 70% evitam cargos de liderança devido ao estresse e à falta de recompensa proporcional.
  • Apenas 16% afirmam que desejam evitar cargos de chefia a todo custo, mas 36% esperam assumir um cargo de gestão eventualmente, mesmo sem grande entusiasmo.

Para empresas que buscam integrar a Geração Z em suas equipes, compreender esses valores e adaptar-se às suas expectativas será crucial para criar ambientes de trabalho mais inclusivos e produtivos.

A chegada da Geração Z ao mercado de trabalho marca o início de uma nova era, onde a autonomia, o bem-estar e a flexibilidade são mais valorizados do que as estruturas tradicionais de poder. Ao entender as motivações e os desafios enfrentados por esses jovens, as empresas podem se adaptar e oferecer um ambiente que promova a inovação sem impor uma liderança hierárquica excessiva. Adaptar-se a essa realidade é essencial para garantir que a próxima geração de profissionais se sinta valorizada e motivada, contribuindo de forma significativa para o sucesso das organizações.